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NAC na remediação de metais pesados no solo

O NAC (N-acetilcisteína) reduz a toxicidade de metais pesados no solo, protege as plantas do estresse oxidativo e melhora a produtividade. É uma alternativa sustentável para áreas agrícolas contaminadas.

Como o NAC pode proteger as plantas remediando metais pessados no solo, promovendo uma agricultura mais produtiva e sustentável.

Por que os metais pesados no solo preocupam a agricultura?

A contaminação por metais pesados no solo é uma preocupação crescente para a agricultura e o meio ambiente. Quando em concentrações acima dos limites permitidos, esses elementos impactam negativamente a vida humana, vegetal e animal. A poluição pode ocorrer por fontes naturais ou por atividades humanas, como o uso excessivo de fertilizantes, mineração e descarte inadequado de resíduos industriais.

As plantas absorvem esses metais tanto pelas raízes quanto pela parte aérea, comprometendo processos essenciais como fotossíntese, crescimento e absorção de nutrientes. Isso resulta em menor produtividade e maior vulnerabilidade a pragas e doenças.

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Solo saudável, produção sustentável

Como o NAC age no solo e nas plantas contaminadas por metais pesados?

O NAC (N-acetilcisteína) atua de forma estratégica e multifuncional na remediação de metais pesados no solo. Ele melhora a saúde do solo ao reagir quimicamente com metais tóxicos como cádmio (Cd), chumbo (Pb), mercúrio (Hg), cobre (Cu) e cromo (Cr), reduzindo sua biodisponibilidade para plantas e microrganismos. Essa ação diminui a absorção dos metais pelas raízes, protege as células vegetais e favorece o equilíbrio da microbiota do solo.

Seu mecanismo de ação pode ser dividido em três frentes principais:

Ativação do sistema antioxidante

Metais pesados induzem a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), que causam danos celulares. O NAC atua como antioxidante direto e também estimula a produção de glutationa reduzida (GSH), um dos principais compostos antioxidantes naturais das plantas, reforçando sua defesa contra o estresse oxidativo.

Quelatação de metais pesados

O NAC possui grupos sulfidrila (-SH) com alta afinidade por metais tóxicos. Esses grupos se ligam aos metais, formando complexos que neutralizam sua toxicidade e impedem que interfiram nos processos metabólicos das plantas.

Redução da absorção e acúmulo nas raízes

Pesquisas mostram que o NAC pode reduzir em até quatro vezes o acúmulo de metais como o mercúrio (Hg) nas raízes. Esse efeito foi observado em estudos com plântulas de trigo (Triticum aestivum), demonstrando a eficácia do NAC mesmo em situações de alta contaminação.

Resultados comprovados em pesquisas com trigo

Um experimento conduzido com plântulas de trigo (Triticum aestivum) em sistema hidropônico avaliou o efeito do NAC frente à presença de metais pesados. Os resultados foram promissores:

  • Aumento no comprimento e biomassa das raízes.
  • Redução significativa na absorção de metais pelas plantas.
  • Queda nos níveis de estresse oxidativo.

Resultados de pesquisa com o uso do nac em plantas cultivadas em solo com metais pesados

 

O NAC também contribui para a estabilidade estrutural das células vegetais, protegendo as membranas celulares e os cloroplastos, e reduzindo a peroxidação lipídica. Esses efeitos combinados tornam o NAC uma ferramenta potente e sustentável para proteger a produtividade agrícola em solos contaminados.

Tecnologia sustentável para solos contaminados

Nesse cenário, o uso de tecnologias sustentáveis ganha destaque. O N-acetilcisteína (NAC) surge como uma alternativa inovadora na remediação de solos contaminados por metais pesados. Seu potencial antioxidante auxilia na redução do estresse oxidativo provocado por esses elementos, protegendo as células vegetais e favorecendo o desenvolvimento das plantas em condições adversas.

O NAC contribui para a sustentabilidade agrícola, pois não deixa resíduos no meio ambiente e pode ser integrado a práticas de manejo regenerativo. Além disso, estudos mostram que o NAC atua fortalecendo as defesas naturais das plantas, tornando-as mais tolerantes à presença de elementos tóxicos e mais bem adaptadas ao solo contaminado.

Dessa forma, com sua capacidade de fortalecer as plantas e minimizar os impactos da poluição, o NAC se destaca como uma tecnologia promissora para a agricultura do futuro, garantindo maior produtividade em áreas afetadas por metais pesados.

CiaCamp: inovação e ciência a favor do campo

A CiaCamp acompanha de perto os avanços da ciência e desenvolve tecnologias sustentáveis como o NAC para promover uma agricultura mais produtiva e responsável. Acreditamos que o futuro do campo passa pela união entre tecnologia, conhecimento e cuidado com o solo.

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Texto desenvolvido por

Dra. Simone Picchi: é CEO da CiaCamp, bióloga com Mestrado e Doutorado em Agronomia. Atuou em pesquisas no Brasil, França e EUA. No pós-doutorado, estudou o potencial antioxidante do NAC em plantas. Hoje, lidera a CiaCamp unindo ciência e inovação no campo.

Descascando a Ciência: empresa de comunicação que traduz a ciência em conteúdos estratégicos e acessíveis. Atuamos com planejamento, produção e divulgação de pesquisas e tecnologias para aproximar ciência, sociedade e mercado.

Principais referências

Nesrin Colaka, et al., Exogenous N-Acetylcysteine alleviates heavy metal stress by promoting phenolic acids to support antioxidant defence systems in wheat roots. Ecotoxicology and Environmental Safety, 2019.

Ejaz U, et al., (2023). Detoxifying the heavy metals: a multipronged study of tolerance strategies against heavy metals toxicity in plants. Front. Plant Science, 2023.

 
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